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Indignação no Futebol Carioca em 1941

Transcrevo abaixo a interessante carta enviada pelo Sr. Jansen Muller, presidente do Andarahy Atlético Clube a Liga de Futebol do Rio de Janeiro, em 09 de abril de 1941, com a indignação da inclusão do Canto do Rio no Campeonato Carioca:

“Tinha o Andarahy A.C. a intenção de pleitear o 10º lugar no aumento da Divisão Principal dos clubes filiados a esta instituição.
Aconteceu, porém, que essa Liga reconheceu a inexistencia de clubes desta capital para o preenchimento daquela vaga e aceitou, para a disputa do campeonato regional metropolitano um outro clube de Estado.
Diante disso, pensou a diretoria deste clube em inscrever-se também na divisão única da vizinha cidade de Niterói, esperando até que fosse aumentada a divisão principal dessa entidade para doze clubes e então voltar a pleitear um lugar nesses dois do aumento. Como, porém, poderia, mudando-se o critério de interpretação, surgir o argumento de que sendo o campeonato dessa entidade regional e metropolitano não poderia admitir-se a filiação de um clube de qualquer Estado, preferiu esta diretoria, recorrer a inscrição na 2ª Divisão, caso seja real e verdadeiro que, no próximo ano, os clubes detentores da divisão principal, consintam no aumento da mesma divisão para 12 clubes.
O Andarahy sente-se perfeitamente à vontade para falar com desassombro e isso porque não ingressou na 1ª Divisão da antiga Liga Metropolitana por favores ou influencia de qualquer espécie – mas disputando por eiliminatória, a sua colocação, embora tivesse de lutar contra um clube poderoso e influente, como o Rio Cricket. Naquele tempo, apesar de já serem quase decisivas as injunções de toda a ordem, o escandalo seria grande em bigodear um clube que tinha acreditado nas letras dos estatutos, quase sempre feitos com o intuito de aparente austeridade mas cuja aplicação depende apenas de certas conveniencias.
É acreditando no que ficou decidido que este clube pede sua filiação na 2ª Divisão para voltar no próximo ano, por disputa, a divisão principal, sem qualquer favor, como já aconteceu, fato esse que hoje, lhe bastaria para ser encarado com respeito não só por isso, como pelas gloriosas tradições que tem, capazes de servir de patrimonio a muitos outros que, certo, lhe invejam, o trabalho, a honra, a lealdade e as glórias de que, as vezes, participaram, servindoxse dos elementos feitos a custa deste clube.
Apresento a v.excia. as seguranças de minha alta estima e especial consideração – Dr. Jansen Muller, presidente.”

Torneio Início de Santos (SP) – 1924

A importância deste artigo é desmentir a história de que o clube São Paulo Railway de Santos ao final da década de 10 tenha sido extinto e seus jogadores transferidos para São Paulo onde fundaram o São Paulo Railway Atlético Clube (posteriormente Nacional Atlético Clube). É um erro histórico perpetuado em livros e na internet. Esta equipe santista existiu com esta denominação até a década de 30 quando mudou de nome para Esporte Clube Bandeirantes.

Data: 31 de Agosto de 1924
Local: Santos – SP

1º Jogo – Atlético 3×0 América
2º Jogo – S.P.R. 0x0 Palestra Itália (2×0 esc)
3º Jogo – Brasil 1×1 Atlético (1×0 esc)
Final – S.P.R. 1×0 Brasil

Campeão – São Paulo Railway Futebol Clube (Santos – SP)

Fonte: Arquivos do Autor

Mudança para Federação Carioca de Futebol

Transcrevo abaixo interessante notícia publicada no Jornal A Tribuna de Santos/SP em sua edição de 26 de abril de 1960:

 “ Em assembléia geral extraordinária, com a presença de todos os clubes filiados, foi aprovada por unanimidade a denominação de Federação Carioca de Futebol para a antiga Federação Metropolitana de Futebol, em conseqüência da transferência da capital da Repúbica e da criação do Estado da Guanabara.

Por unanimidade, também, foi mandado lavrar em seus trabalhos voto de louvor pela criação do novo Estado e pela inauguração de Brasília.

O Sr Antonio do Passo, presidente da entidade carioca, participou aos clubes que em data a ser fixada irão em audiência especial cumprimentar o governador Sette Camara.”

Corrigindo um erro histórico – Excursão da Portuguesa Santista em 1965

Em 1965 após a conquista da segundona paulista do ano anterior que terminou no início deste ano, a ASSOCIAÇÃO ATLÉTICA PORTUGUESA de Santos realizou uma excursão pela Europa. Entre suas partidas, os jornais da época anunciaram uma disputada contra o 1860 Munchen ocorrida em 16 de maio de 1965, que contrariava frontalmente a resolução do Conselho Nacional de Desportos que proibia a realização de partidas com intervalos inferiores a 48 horas, já que a equipe santista realizara dois outros amistosos em 15 e 17 de maio.

Após a chegada da delegação, esta dúvida foi esclarecida e a equipe não foi penalizada. Abaixo transcrevo trecho das explicações publicada no Jornal A Tribuna de Santos, em sua edição de 28 de maio de 1965:

“…não foi cobrada nenhuma cota pelo jogo treino em Munique, a 16 deste mês, contra o T.S.V. Munchen-1860, clube que, alojado na mesma concentração com os elementos da A.A. Portuguesa, se preparava para enfrentar o West Ham, da Inglaterra, em partida da nova Copa da Europa. O técnico Manga serviu de juiz nesse treino e o conjunto rubro-verde foi considerado ótimo sparring, derrotando o clube alemão por 3 a 2. O pormenor esclarece, também, um ponto até então obscuro, pois se afigurava que a Portuguesa havia disputado três jogos seguidos em três dias, desrespeitando as normas baixadas pelo CND, o que realmente, não ocorreu.”

Jogo Histórico – Ébano (SP) x Náutico (SP)

Como era tradição nas praias santistas, foi realizado no último dia de 1966 um amistoso entre duas equipes santistas, mescladas com vários jogadores profissionais. Abaixo a ficha desta partida, que contou com Pelé no gol do Ébano:

ÉBANO 1×0 NÁUTICO / Data: 31 de dezembro de 1966 / Local: Praia do Boqueirão, em Santos – SP / Árbitro: Aguinaldo Fernandes / Gol: Luna / Ébano: Pelé; Pardal (Clodoaldo), Clóvis e Zé Carlos; Vicente I e Joel; Amauri, Lima, Quarentinha (Gilberto), Dorval e Batista / Náutico: Bezerra; Barleta (Ernestinho), Paulinho e Ponão; Sérgio e Norberto; Sigefredo, Cláudio, Poninha, Gigi e China (Serginho)

Defesa do “goleiro” Pelé
Equipe do Ébano

Fonte: Jornal A Tribuna de Santos / SP

Uma dúvida: Britânia Football Club ou Britânia Sport Club (Curitiba – PR)

O amigo paranaense Willian Bohlen descobriu uma das primeiras fotos do Britânia e para surpresa de todos, o escudo está totalmente diferente do que é conhecido por todos e a maior surpresa foi que neste escudo estavam as letras “BFC”. Isto sugere que o primeiro nome do clube tenha sido Britânia Football Club.

Com esta dúvida começamos as pesquisas nos jornais da capital paranaense e realmente foi confirmada esta hipótese. O clube nasceu Britânia Football Club. Porém agora vem o segundo problema desta história: quando houve a mudança para o conhecido Britânia Sport Club ?

Estas pesquisas levam a crer que tal mudança ocorreu em 13 de novembro de 1919 quando houve uma grande festa para a inauguração da nova sede do clube, pois após esta data todos os jornais se referem ao clube, com a denominação que todos nós conhecíamos.

Diário da Tarde (13/11/1919)

Isto é uma dedução que ainda carece de uma confirmação definitiva. A pesquisa continua, iremos tentar conseguir os estatutos de fundação e as atas para saber quando e como ocorreu esta  mudança.

Participação do Petropolitano Football Club no Campeonato Carioca de 1912

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A única participação do PETROPOLITANO FOOTBALL CLUB de Petrópolis no Campeonato Carioca ocorreu em 1912. Devido as dificuldades e altos custos de locomoção até a cidade do Rio de Janeiro, o clube acabou desistindo depois de disputar três partidas pela competição. Abaixo as fichas desta proeza:

Petropolitano 2×2 Internacional (Rio de Janeiro) / 26 de maio de 1912 / Local: Rua São Clemente, no Rio de Janeiro / Preliminar – Internacional 4×2 Petropolitano (2º quadros) / Árbitro: Manfredo Segismundo Liberal / Gols: Jorge Vasconcellos, Laranjeira, Raul Vasconcellos e Bulcão / Petropolitano: Vieira, Sylvio Vidal e Cardoso; Esteves, Raul Vasconcellos e Júlio Werneck; Antônio Mattoso, Barcellos, Jair, Salles Pinto e Bulcão / Internacional: Antonio Rega, Fred e Martins; Justiniano, Angenor e Octávio; Lopes, Jorge Vasconcellos, Laranjeira, Epaminondas e Orlando

Petropolitano 6×0 Germânia (Rio de Janeiro) / 16 de junho de 1912 / Local: Rua São Clemente, no Rio de Janeiro / Preliminar – Germânia 3×0 Petropolitano (2º quadros) / Árbitro: Cícero Allan / Gols: Barcellos (3), Jair (2) e Antônio Mattoso / Petropolitano: Vieira, Sylvio Vidal e Victor; Esteves, Raul Vasconcellos e Júlio Werneck; Bulcão, Barcellos, Jair, Antônio Mattoso e Bulhões / Germânia: Gildo, Pessoa e Gonçalves; Rio Branco, Jacoh e Leandro; Anníbal, Candóca, Rosino, Miúdo e Bruno

Petropolitano 1×2 Cattete (Rio de Janeiro) / 30 de junho de 1912 / Local: Rua São Clemente, no Rio de Janeiro / Preliminar – Cattete 2×0 Petropolitano (2º quadros) / Árbitro: Rolando de Lamare / Gols: Pessoa, Eduardo e Bulhões / Petropolitano: Vieira, Sylvio Vidal e Mayrinck; Esteves, Raul Vasconcellos e Júlio Werneck; Bulcão, Barcellos, Jair, Bulhões e Antônio Mattoso / Cattete: Lavoie, Antônio Ribeiro e Vignal; Horácio Veiga, Antônio Torres e Unzer; Eduardo, Pessoa, José Carvalho, Amorim e Octávio

Pesquisa: Pedro Varanda e Walter Íris